quinta-feira, 7 de junho de 2012

Poluição do ar causa seis milhões de morte por ano



Às vésperas da Rio+20, relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente revela que, das 90 metas ambientais mais importantes, só houve avanços significativos em quatro. Um dos maiores retrocessos é o aumento da poluição do ar, que causa seis milhões de mortes ao ano.

A urgência de reduzir o impacto ambiental das ações do homem contrasta com as ações que realmente foram tomadas nas últimas décadas. O relatório Panorama Ambiental Global 5 (GEO-5, na sigla em inglês), apresentado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no Rio, mostra que houve melhoras em somente quatro de 90 metas ambientais definidas em diferentes tratados internacionais. Publicado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o documento constata que houve "algum avanço" em 40 tópicos, praticamente nenhum progresso em 24 e agravamento em oito. Entre os mais dramáticos está o aumento da poluição do ar, responsável, diretamente, por 6 milhões de mortes prematuras por ano.

Entre os tópicos nos quais houve maior retrocesso, estão também outros relacionados a mudanças climáticas, desertificação, seca e manutenção dos recifes de coral no mundo. Em outros 14 itens, sequer foi possível fazer uma avaliação por falta de dados. As únicas quatro áreas em que a Humanidade conseguiu avançar, segundo o Pnuma, são: a eliminação da produção e uso de substâncias que destroem a camada de ozônio, a remoção do chumbo em combustíveis, o aumento do acesso à água potável e o aumento do fomento de pesquisas para reduzir a poluição do ambiente marinho.

- O conhecimento científico atual se traduz num sentimento de urgência muito grande. A expectativa é que a Rio+20 consiga entender esse senso de urgência - alertou Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. - Em muito aspectos, de fato, nós já passamos do ponto em que poderemos exercer o futuro que queremos.

Mudanças irreversíveis

O GEO-5 afirma que "se a Humanidade não mudar urgentemente o seu rumo, os limites críticos podem ser ultrapassados, e isto pode ocasionar mudanças repentinas e irreversíveis à vida no planeta". O documento, que mobilizou 600 especialistas por três anos e foi lançado simultaneamente em dez cidades, ressalta que "a Rio+20 traz a oportunidade de avaliar as conquistas e deficiências, além de estimular respostas globais revolucionárias".

- O chumbo é um bom exemplo, porque não há uma convenção internacional que o regule. A indústria e a legislação de cada um dos países criou uma situação em que somente quatro países não eliminaram todo o chumbo na gasolina - afirmou o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner. - Não precisamos de uma convenção internacional para cada desafio.
Entre os aspectos positivos estão a redução do desmatamento da Amazônia e sistemas de transporte de massa, como os BRTs, que reduzem as emissões de gases-estufa.

- Por enquanto as boas soluções são mais exceção do que regra - salientou o secretário-executivo da Convenção de Biodiversidade Biológica, Bráulio Dias. - A gente espera que a Rio+20 ajude, seja mais uma etapa. Talvez não seja a solução final.
Fonte:O Globo

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